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Mostrando postagens de agosto, 2025

De Laços Cortados

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  No meu crescimento, o “vínculo” sempre pareceu um detalhe sem importância — ou pelo menos era assim que meus pais me ensinavam. Não criar laços. E, ironicamente, foi justamente isso que mais doeu na vida adulta. Na infância, não havia crianças boas para brincar comigo — como eles diziam. Quando me juntava a alguma, sentia-me como um canário fugindo da gaiola: livre, mas vulnerável demais. Nos primeiros anos da escola, fazia uma ou duas amizades, e, no ano seguinte, talvez as perdesse. O erro era sempre o mesmo: minha boca grande demais, palavras soltas que magoavam, vindas de algo que eu via, escutava ou simplesmente sentia. Algo inapropriado, sempre. Com o tempo, fui perdendo o que ao menos acreditava ter. Aprendi que isso acontece quase sempre. Sei bem da dor que posso causar, mesmo sem querer. Às vezes, minhas palavras escapam e machucam quem está perto. Hoje, amigos são poucos. Se eu contar, não tenho nem uma mão cheia. Sinto muito por cada palavra dita sem motivo — mas, para...

Dar Cor aos Números

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Ontem antes de desmarcarem comigo, eu ensaiava mais uma vez o que diria primeiro sobre mim numa ficha de anamnese, dessa vez eu não queria começar com meus traumas, quantos remédios tomava logo em que abria os olhos pela manhã, não queria falar sobre como cheguei ali, apenas queria falar o que me fazia se sentir feliz, o que me tirava do planeta nem que fosse por frações de segundos ou algo que rende-se um assunto questionável do "Por quê você acha isso, e não aquilo?" E no fundo ser pauta pra próximas sessões. Bem, e então comecei a questionar por mim mesma porquê enxergo cores em números, por exemplo:  O número 7 tem cor azul marinho O número 4 tem cor amarelo O número 5 tem cor vermelha  Talvez esse seria o assunto...e mais uma vez recorrendo a escrita porquê escrever é tirar um nó da garganta!

Memorando

  Do mesmo jeito que tenho memórias olfativas, tenho memórias fotográficas, do amargo ao doce da vida, você querer esquecer e se lembrar sempre, tem preciosidades na vida que salvam alguns capítulos. Comecei a me lembrar quando tinha 5 anos, acho que crianças que sofrem não deviam ter memórias longas mas Deus deu o poder do "Vale a Pena Ver de Novo" sem cortar as novelas e sem os comerciais na minha cabeça, lembro da primeira vez que senti vergonha de chupar chupeta, também lembro do meu aniversário no McDonald's aonde minha tia e irmãs colaboraram pra fazer e estava todas as crianças do bairro, lembro do Pretzel que comíamos ao ir no shopping, mas a minha preferida era quando minha tia ia me buscar de ônibus e eu sabia que por um final de semana, eu ia ser feliz. Eu vivia num lar amargurado e cheio de briga  O único que me entendia muito era meu irmão, e as lembranças que carrego dele sempre são com muito carinho. 

Cavando mais a fundo

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Anteriormente vimos algumas coisas sobre mim, são irrelevantes se for parar pra pensar mas algumas coisas são notáveis como meu gosto por patos, na realidade ultimamente penso que até posso ser um: são aves que fazem de tudo um pouco, nadam, andam e voam porém tudo mal feito, ... Mas bem, eu trouxe isso porquê sinto que na vida faço tudo mal feito, não porque quero mas porque há certa limitações pra mim, você pode explicar 50x com carinho e amor mas terá uma parte que eu nunca vou conseguir fazer 100%. Demorou muito pra eu entender e recentemente tem doído muito, eu só não sei a razão de ser exatamente assim...sabe?! Amanhã começa um novo ciclo na minha vida, começarei a fazer testes neuropsicológicos, e então com base não só dos psiquiatras saberei o verdadeiro diagnóstico, ...