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Quando deixei de acreditar em meus sonhos?

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  Durante a semana passei por um longo reset da minha vida, me fez questionar muitas coisas em que passei ou deixei de passar, teve dias em que congelei durante o tempo e dentre o texto anterior senti que os anos passou e só lastimei. Era questão de remoer muito o passado, ficava tentando entender porquê tinha sofrido rejeição dos meus pais, entanto o que mais doía era lembrar que alguma vez quase morri nas mãos de quem amava. E hoje chego numa lógica e numa conclusão que apesar de ser vítima do enredo todo, não posso levar mais essa dor comigo, não posso mais tolerar ser triste minha vida toda por uma parte, e então pensei "Quando deixei de acreditar em meus sonhos?", até meus 17 anos acreditava que algum dia iria fazer alguma faculdade na área de veterinária ou biologia, sempre expus aos que interessavam e os que não apenas não debatia sobre minhas vontades. Quando então me vi sem sonhos, aos 25 anos cheguei ao que dizem; eu sobrevivia, de 2 remédios num tempo foi para 10 r...

Quero o solo firme

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Escolho a vida. E a escolho a despeito da.    névoa pesada que ainda me cobre a alma Anseio pela risada que me solta o corpo em um fim de tarde qualquer, pelo vento que anuncia a liberdade sem pedir que eu a prenda. Quero, acima de tudo, enterrar raízes neste chão. Baste de viver de sombras, de rascunhos de histórias jamais escritas. O passado consumiu o que deveria ter sido o meu presente. Agora, desejo a troca sincera: dar colo e ser refúgio. Quero ser âncora na vida de quem me é caro. E, nos momentos em que a lembrança da partida voltar a doer, que eu possa sentir essa dor e, mesmo assim, lembrar-me do milagre de todas as belezas que a vida ainda insiste em me mostrar. Que a declaração deste desejo seja o meu solo mais sagrado, onde posso correr, pisar fundo e me entregar, sem reservas, a tudo o que a vida me proporcionar.          

Controle de tempo

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  No espiritismo podemos entender que não existe tempo, o espírito pode vagar dentre passado, presente e futuro. Acredito eu, que Deus não nos deu esse privilégio em vida terrena para aprender com erros, tudo tem consequências. Às vezes me pego pensando se sou merecedora de tais atos bons ou ruins, talvez mais dos ruins quando a tristeza pesa, o corpo demonstra exaustão e as lágrimas caem como se fosse simples, porém não é. Claro que invejo daqueles que tem mansões, carros enormes, vida de luxo e farta, mas invejo muito mais aquele que no meio das dificuldades da vida consegue ver a felicidade, sabe sorrir através dos tombos que a vida nos causa, aquele que a alma transparece bondade, almeja o básico e ajuda o próximo. Bem, acredito eu que viver feliz no simples era a etapa que almejo, eu disse invejar porquê é algo quê queremos pra nós e não algo ruim... E de todavia, acreditar que merecimentos vem através de atos, seja bom e terá bondade em seus caminhos, trace os dias sorri...

Exigências da Adultização

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  Meu relógio parou aos quinze. Foi como se a realidade tivesse apertado um freio brusco — e doeu. Desde cedo aprendi que chorar devia ser calado, escondido, sem testemunhas. Mas como poderiam saber da tristeza se nenhuma lágrima caía? Então, diante das dores profundas, criei refúgios dentro da mente: imagens que me embalavam até o sono chegar. Eu nunca quis ser adulta quando criança — e talvez esse desejo tenha ecoado tanto que ficou na minha voz suave, nos gostos que conservo até hoje. Desenhos, cores, pequenos mundos... não como fuga, mas como remédio para um coração tantas vezes partido. Não me dói amar o que é considerado infantil. O que dói é o olhar dos que esperam meu “crescer”, como se houvesse uma obra-prima escondida atrás de um tapume eterno. E ali permaneço — visível e invisível, plena e inacabada, palpável e ao mesmo tempo intocável.

O peso das versões

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  Escrever sobre sentimentos quando o único que conheço é a tristeza é como escrever sobre alguém sem nunca ter me encontrado. Gostar de gatos não me faz saber deles, assim como falar de patos não me torna íntima de seus lagos. Na adolescência, se eu não soubesse o nome de tal baterista seria chamada de poser — adolescentes falham, tropeçam em sua tolice. Às vezes digo que amo um prato, mas na verdade meu estômago é uma bomba relógio, minha ansiedade mastiga mais do que eu, meu corpo engole remédios enquanto minha mente engole silêncio. Sou 8 ou 80. E essa gangorra me cansa. A bipolaridade é a única certeza, os outros diagnósticos ainda esperam atrás de portas fechadas. Muitos querem ser diferentes. Eu só queria ser normal — caber num padrão qualquer, ser um rosto comum, não ver olhares estranhos quando a minha diferença fala mais alto que eu.

Olhos que brilham em som

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Memórias auditivas — aqui estão vocês, guardadas em algum canto do cérebro como pequenos escapes de saída. São o que dão graça ao cenário, entre o suspense, a alegria, a tristeza e até o medo. Por muito tempo, escutei Yellow do Coldplay. Era alto, constante, uma letra bonita, mas que em mim despertava a melancolia da existência. Então, resolvi soprar as traças de lembranças boas em tardes ensolaradas. E ali estava Everybody Wants to Rule the World tocando baixinho. Para mim, era um recomeço depois de tantas coisas ruins. Eu estava parada no tempo, mas a melodia me contagiava com uma alegria quase ingênua. Mais tarde conheci meu primeiro amor puro, sem nada em troca. Foi quando coloquei as mãos sobre um pequeno gato de pelagem preta, que chamei de Sunny. No tato, ela era palpável como sentimento — e ainda é. Com ela, aprendi que cenários de pura fofura merecem replay na música. Assim, sempre toca Ikn do Coldplay, quebrando as barreiras da minha mente.

Corpo, alma e lugar

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  Já sentiu como se pertence-se a tal lugar? Sentimento de pertencimento, quando algo te invade o peito, te enche só de olhar, o ambiente daquele lugar é reconfortante, te traz calma na alma; se fosse um aroma seria tangerina recentemente descascada e se fosse resumida em um dia, seria sábado de manhã ensolarado...Bem, seria quando acordava cedo para assistir desenhos e não se preocupava com afazeres. Eu sinto isso no meu bairro em que moro hoje, é vazio de gente mas tem muitos pássaros nas árvores, sinto que quando estou longe até me divirto e distraio, mas quando retorno sinto sensação de preenchimento, algo que trouxe-se segurança e afeto, nada como o lar da gente! E então logo penso, "Será que até quando envelhecer sentirei isso? Ou o tempo irá apagar lembranças boas?" ...Minha Vovó de vez enquando só lembra do sítio de sua adolescência e pra lá que deseja ir ao seus 94 anos, um sítio desfeito com o tempo mas não desfeito na lembrança de pertencimento!